segunda-feira, 3 de maio de 2010

Sobre beber todas.

Faz bem mais de meio ano,
que estou abstêmia.

É o preço que se paga pela vanguarda:
Tudo o que é vivo dentro de você
é prelúdio para uma chacina.

Antes eu bebia prá me anestesiar,
era tudo o que eu queria:
Devaneio gratuíto.
E tudo o que consegui fora:
sofrimento gratuíto.

Já diziam os antigos:
Tornei-me um ébrio.
Eu digo que tornei-me
e de tantas voltas que dei
fiz caldo de mim mesma.

Mudei meu nome prá Perpétua.
Bebi e fui em cana.
Nos devaneios amargos.

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