sexta-feira, 7 de maio de 2010

É Tempo.

I-

Em meu colo pálido,
não há mais pigente doce,
coloquei em seu lugar
uma pedra negra-
Que é a lápide, de tudo o que já se foi.

O semblante de moça esvaiu-se
descorando-me ás faces
e estancando meu peito:
Não quis mais beber das feridas passadas.

Ao invés, ficou um olhar,
um semblante mais altivo , comprometido
e menos arrogante.
Onde outrora se pusera a chama,
jaz aqui, a prudência.

II-

Vejo-te donzela embriagada,
multifacetada nas multidões.
Morta- e só, como em qualquer fim.

A morte, acaba com tudo:
A moléstia sexual, os abusos da infância,
o opróbrio e a mendicância.
Assim, em cinzas,
traz o tempo o ostracismo.
E este, a paz da não-existência.

III-

A molé(ca)stia, morreu e deixou seu corpo.
que como roceira senil,
atém-se ao ardil trabalho.

É esse o maior bem do homem,
quem nada leva desse mundo,
nem de bom , nem de ruim.

Epílogo-

A paz, a moça alça,
alça em voô colorido,
não como as mil canetas que jogou fora,
mas como qualquer lápis grafite.

Com a melodia das Faltas e dos Violindos,
Sem vinho , sem pão e sem porvir.
Só o tempo absoluto do agora:
capaz de pousar a pena sob a cabeceira,
e docemente adormecer.


-Livro de todas as penas, prá se tornar sonho.

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