segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Não tenho nada, mas o que está aqui é meu.

É.
Meus punhos estão queimados,
pelo suor que não derramei no labor,
mas no pra-ser masoquistalheio.

Entendo que há uma fechadura para cada chave,
das duas que constam no meu estoque.
E cada uma delas abre uma das minhas jaulas:

-Quero ver o que há do outro lado,
que não o meu próprio dorso.

Larguei o vinho e o absinto,
os livros e o teatro.
E agora?
Só me resta a consolação da forca diária
de cuspir sangue,
da langue vida.
Ela é o expresso vermelho!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Garotinhas Roquenrollo

É o Roquenrollo das menininhas precoces,

que quando chegam aos treze Põe silicone,

e bradam:

Eu sou mulher!
Parabéns filha, continue assim:
Diz a mamã bem -casada.

E vai no James provar prás miguxas,
que é gente alternativa.
E o É!
Uma péssima, de companhia,
seja multinacional ou from U.K.´

É uma brasileira canalha,
a qual a novela, a en,
e muda sua vida,
com o anúncio de Shampoo:
Uma vez que é maria ,
e quer todos os cabeludinhos,
prá dizer que é revoltada.

Tira as fotoscomleque.
As Violetas, e seus portentos,
as diminuem.


Sem o ser.
Castigam a porcelana nacional.
As Evito, á Evita.

domingo, 29 de novembro de 2009

É o homem.

Aquele que dorme comigo
e que comigo me dorme.
Que me adormece cativo,
languido,doce e aforme.


É o polaco de todas minhas cores,
mais que nada é meu nêgo de samba.
Que adorna, me torna cheia de olores.

Cansei do discurso,
da moça passiva,
da dona de casa:
-Você é ridícula,nem sabe pegar no joystick.
É o que diz os olhos dele,
é o que os olhos dele me dizem:
-Prá que três faculdades?

E por isso vou caminhando miúdo,
com o rabo em forma de chocalho...
Doninha de casa, já vi minha mãe
a quem papai escravizara :déspota.

É a mania de todo homem boçal:
Querer que moça selvagem
vire sua empregadinha.

Eu entendo as donas de casa
como prostitutas esclarecidas
de um homem só.

Eu sou moça ,
de um homem só.
Que de tanto amor perecido
percebe:
-É um homem, e só.
-É um homem só.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Casa nos pés

Sou eu e minha mochila,
a moça de dezoito invernos,
A que mira o céu vanilla,
a que rabisca os seus cadernos.

Moço! Eu pichei teu muro,
Eu pixei com assento onde não devia.
Mordo, esse doce é duro
Me ortiga e mata de agonia.

Posso dar uma feijoada?
Uma de todos os suínos juntos.
Das gripes que me fazem atordoada,
Aquela de todos os martírios, muitos.

E soa a nazalização ,
As letras me enojam,
a faculdade também.
E soa á estatização,
ás pessoas me enjoam,
e eu não sou ninguém.

Se o fosse matar-me-ia cantando,
Se o fosse matá-los-ia per uma cachaça.
Se ás cores que eu pichasse sangrando,
Far, me, iam dona chalaça.

E Vou a dormir nos bosques,
como os vates que pranteiam...
Eu trovejarei nos xotes,
Da sintaxe dos que bruxuleiam.

Arde-me, posto que é chama.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Hermética

Meus seios estão enormes
E estou deveras gorda,
Meus pés baços e disfórmes,
O chocolate diz: me morda!

É mordaz a feiura feminina
Pois mulher é sinônimo de beleza
para os falos pútridos sifilíticos,
É a dor do estupro em cadeia na família.

Molestaram, eu , minha mãe e minha prima.
Molestaram a todos,
nem o meu amor escapou.
Estamos falidos.
Portanto: Não nos estatize.

e Vendo, a minha cova
e vendo o meu corpo caído
Colho o nada, só lágrimas.

Dói a falta do meu violino,
a falta do meu teatro
o falo grosso do meu pai,
e os putas dias frios.

Dói a cidade cinza
a identidade jogada fora
e os quilos a mais.

É minha helvetica sexual,
são minhas flores do mal,
é o Blues da grana curta.
E das dorgas,
que não usei ,mas inverteram-me.


Inverteram meus pronomes pessoais
agora Eu sou Eles,
e vice-verso.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Jornada do Cativeiro.

Eis que me encontro em claustro,
No fim da morte ou da vida.
Sou sóror esconjurada por estro,
Seja ele da sorte ou ferida.

Sou a moça procrastinadora,
filha das báias enxangue,
Ainda quero ser doutora,
a despeito de uma prosa langue.

Sonho com o universo,
Com ás máscaras de um olhar.
Vivo, e viver é adverso
propóbre que vive a versar.

? Que é a preguiça?
Senão a desvontade de uma falha baça!
Eis que sou eu quem pontua essa joça,
e a ela se limita, á desgraça.

Prisioneira do pior dos pecados,
eis me aqui,
a comer meus bombocados,
e andar feito Jabuti.

Até a ironia, perdeu-me.
Foste, pois não ia.
Podreceu-ma,
na carestia.