domingo, 29 de novembro de 2009

É o homem.

Aquele que dorme comigo
e que comigo me dorme.
Que me adormece cativo,
languido,doce e aforme.


É o polaco de todas minhas cores,
mais que nada é meu nêgo de samba.
Que adorna, me torna cheia de olores.

Cansei do discurso,
da moça passiva,
da dona de casa:
-Você é ridícula,nem sabe pegar no joystick.
É o que diz os olhos dele,
é o que os olhos dele me dizem:
-Prá que três faculdades?

E por isso vou caminhando miúdo,
com o rabo em forma de chocalho...
Doninha de casa, já vi minha mãe
a quem papai escravizara :déspota.

É a mania de todo homem boçal:
Querer que moça selvagem
vire sua empregadinha.

Eu entendo as donas de casa
como prostitutas esclarecidas
de um homem só.

Eu sou moça ,
de um homem só.
Que de tanto amor perecido
percebe:
-É um homem, e só.
-É um homem só.

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